07 de Dezembro de 2019
  • Zero Hora
  • Editorial
  • P. 26
  • 50.00 cm/col

Presente no futuro

Aquela sensação que começava a tomar conta de gaúchos e porto-alegrenses, de que o Estado e a Capital ficavam para trás na corrida pela inserção na nova economia, pode estar se dissipando. A nova injeção de ânimo, em boa hora, vem dos primeiros resultados e novos planos do Pacto Alegre, que durante a semana passada apresentou o balanço de seus projetos e as novas frentes que passarão a integrar a iniciativa que formalmente nasceu em maio com a missão de firmar uma união de esforços para dar um impulso à inovação, fomentar o desenvolvimento em bases sustentáveis e buscar uma melhor qualidade de vida na cidade, com o potencial de espalhar inspiração pelo Rio Grande do Sul.

Talvez os grandes méritos do Pacto Alegre, além dos frutos dinamizadores que poderão ser colhidos no futuro, sejam os de promover um rompimento com a paralisia e estimular o espírito de colaboração, consumado na parceria que o sustenta entre poder público, universidades, empresariado e entidades da sociedade civil. Antes mesmo de completar um ano, o compromisso que deu origem à ideia começa a se materializar, com projetos sendo colocados em prática, como o Saúde Digital, banco de dados unificado que já incluiu em um sistema integrado todos os hospitais e postos públicos da Capital. Ou então Crowdfunding POA, proposta de um novo modelo de financiamento para startups. Imagem da cidade, atração de talentos, educação digital e ambientes de negócios são apenas alguns dos eixos definidos e com ideias em andamento que, seguramente, farão de Porto Alegre um lugar melhor para morar e trabalhar, com reflexos positivos para toda a população.

A intenção de criar um ecossistema fecundo para a inovação ramifica. O hub da saúde, liderado pela PUCRS, é um exemplo de como a cidade busca se consolidar em uma vocação natural dos grandes centros, focando em serviços e tecnologia. Outra iniciativa a ser saudada é o projeto de lei da prefeitura, enviado no final do mês passado à Câmara, que prevê a criação de um fundo municipal destinado a promover o desenvolvimento de startups que apresentem soluções para os problemas da cidade. Como toda metrópole, complicações não faltam em Porto Alegre. Um campo fértil, portanto, para a busca de saídas criativas. São iniciativas como estas que farão Porto Alegre estar presente no futuro.

Converter a cidade em um ambiente melhor para se viver passa por outras transformações. Entre elas, perseguir formas de torná-la mais aprazível para seus moradores e visitantes. Assim como fez o Pacto Alegre, é preciso rever modelos equivocadamente enraizados, como a sujeira visual que hoje faz parte da rotina dos cidadãos. Neste sentido, também merece o apoio da sociedade o projeto de lei do Executivo para banir outdoors, painéis e outros tipos de publicidade que apenas poluem a paisagem urbana da capital dos gaúchos.