Feira do Livro Infantil do HSL reúne pequenos leitores e patrona Maria Carpi

Evento tradicional da Escola de Humanidades e Setor de Pediatria ocorreu nesta segunda-feira, 10 de dezembro

10/12/2018 - 18h21
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Ambiente lúdico e divertido foi organizado na Pediatria do Hospital / Foto: Camila Cunha

Há 21 anos a leitura traz encanto, alegria e esperança para os pequenos que estão internados no Hospital São Lucas da PUCRS. Na mais recente edição da Feira do Livro Infantil do HSL, ocorrida nesta segunda-feira, 10 de dezembro, a magia dos livros se fez novamente presente, a começar pela abertura musical proporcionada pelas vozes de voluntários do Centro de Pastoral e Solidariedade, que ganharam coro mirim e coreografia para a música Aquarela, de Toquinho. O evento, organizado pelo Curso de Letras da Escola de Humanidades e o Setor de Pediatria do HSL, é fruto do projeto Biblioteca de Literatura Infantojuvenil. Para entrar no clima vivenciado na Praça da Alfândega, além dos livros e das barraquinhas, nas quais é possível comprar livros com cédulas de brinquedo, a iniciativa também contou com a presença da poeta Maria Carpi, patrona da 64ª Feira do Livro de Porto Alegre, acompanhada da patroninha Nicole Garcia dos Santos, de 10 anos.

“O que está sendo feito aqui é um verdadeiro poema comunitário e de amor. A criança é o início da poesia. Toda criança é poética por si mesma, e toda linguagem dela é poesia. Às vezes esquecemos de perceber isso”, declarou emocionada Maria Carpi, enquanto admirava meninos e meninas ávidos por comprar seus livros infantis nas bancas temáticas montadas no saguão do 5º andar do Hospital. Ela, que havia participado de outra ação no Hospital da Criança Santo Antônio, revelou-se grata com a oportunidade e comprometeu-se em retornar para participar do projeto. “A arte ajuda as pessoas a ter estima sobre si mesmas e a ver a vida com outros olhos, com otimismo e alegria. Enfrentar o sofrimento e a dor com otimismo torna as pessoas mais fortes”, afirmou, lembrando as dificuldades que seu filho, o também escritor Fabrício Carpinejar, enfrentou durante a infância. Disse que “diagnóstico não é destino”, parafraseando Carpinejar, e lembrou que o alfabetizou com muita poesia, dica que é seguida por alguns dos pais de pacientes da Pediatria.

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Música trouxe mais alegria ainda ao ambiente / Foto: Camila Cunha

A diarista Sandra Regina Garcia dos Santos, 43 anos, é um exemplo de incentivo à leitura. Mãe de Nicole, escolhida para ser a patroninha da Feira, ela costuma contar histórias de princesas para a filha, que tem uma irmã gêmea, Tainá, além de dois filhos adultos. Com isso, as meninas pegaram gosto pelo hábito. “Elas sempre adoraram ler. Às vezes passam horas no quarto em cima dos livros”, revela. No hospital há quatro dias, Nicole foi internada em função de uma convulsão, e está passando por exames para que os médicos compreendam melhor seu estado de saúde. A mãe revela que a garota ficou muito entusiasmada com o convite recebido no sábado. “Ela quis escolher roupa, passar batom. Queria estar bonita para o evento”, conta. Cursando a 3ª série do ensino fundamental, a pequena leitora diz que suas histórias prediletas, além das princesas, nas quais admira os vestidos, são as aventuras de Harry Potter. “Já li dois livros, e gosto das mágicas que ele faz”, diverte-se ao comentar.

Colaboração e recorde de livros

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Maria Carpi, a patroninha Nicole e a mãe Sandra / Foto: Camila Cunha

Para organizar um evento que se tornou tradição é preciso somar esforços tanto de pessoas experientes quanto proporcionar a iniciantes a chance de novos aprendizados. E isso a professora Vera Wannmacher, do curso de Letras da Escola de Humanidades, faz com muita tranquilidade e alegria. Coordenadora do projeto há quatro anos, diz que observa crescente adesão de voluntários e de todos os segmentos da PUCRS à iniciativa. “Vejo que a cada ano mais pessoas se agregam a esse trabalho, não só para vir ao evento, mas na sua organização. Neste ano, tivemos vários acréscimos. Nosso volume de doações chegou a mais de mil livros. Foi a maior coleta da história do evento. E ainda estão chegando mais exemplares”, comemora. Ela afirma que com um modo de organização colaborativa, unindo diversos setores, foi possível destacar a real importância da Feira do Livro Infantil.

A presença dos alunos na organização

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Bolsistas estreantes Giovana, Daiele e Ágata / Foto: Camila Cunha

Estreantes na Feira, duas bolsistas do curso de Letras e uma do curso de Design de Produto comentaram como foi essa nova experiência. Para Giovana da Silveira Baldez, 22 anos, “é gratificante ver as crianças com os livros nas mãos”. A estudante do último semestre relata que passou por vários estágios, e foi possível perceber a importância da leitura na formação pessoal. “A literatura humaniza. Aprendi isso na graduação e vejo aqui, hoje, nas crianças. É muito bom”, afirma. Daiele Santana, 24 anos, no segundo semestre, conta que o evento permitiu abrir seus horizontes. “É emocionante ver pessoalmente como acontece. Havia muitos livros no início do evento e todos se esgotaram. Fico feliz em ver que é um hábito que ainda existe. Apesar de todos os meios digitais, as crianças querem ler”. Ágata Marmitt, 21 anos, estuda na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos. Sua relação com o evento se deu na montagem da Feira, e o que mais valorizou foi observar a forma como as crianças interagem com os livros, o que mais chama atenção delas. Sua inserção na pesquisa começou a partir da produção de paper toys, exercício do primeiro semestre de Design. Os brinquedos foram doados à época às crianças do HSL. Hoje, é bolsista e soma novos aprendizados com a professora Vera.

Apesar de não ser mais bolsista, Giovana Ribas, 25 anos, acadêmica de Medicina, mantém vínculo com o projeto literário realizado no Setor de Pediatria. Como voluntária, permanece ajudando a professora Vera. Seu interesse por crianças e pela área da Pediatria a aproximou da Feira. A relação com essa atividade começou em 2016 e o carinho continua. “É uma oportunidade incrível que tive ao longo da graduação, de poder estar com crianças de uma outra maneira, que não a parte médica. Foi um aprendizado não ortodoxo e uma bela experiência”, relata. No 10º semestre, está conhecendo novos campos da medicina, mas não nega o apreço e a possibilidade de seguir com os pacientes infantis. “É muito forte no meu coração essa vontade, mas não bati o martelo por não ter passado por todas as áreas. Concluo o curso em 2019, mas pode ser que siga esse caminho”, projeta.

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Giovana, da Medicina, e professora Vera / Foto: Camila Cunha

A abertura Feira do Livro Infantil do HSL foi prestigiada pela decana associada da Escola de Humanidades, Ana Soster, pelo assessor de assuntos institucionais da Reitora da PUCRS, Solimar Amaro, pelo superintendente do HSL, Sérgio Baldisseroto, o superintendente adjunto do HSL, Ir. Lauri Heck, entre outros membros da Universidade e do Hospital. A ação teve o apoio da Biblioteca Central Ir. José Otão, do Centro de Pastoral e Solidariedade, da equipe de saúde e da Assessoria de Comunicação e Marketing.

Histórico

O projeto Biblioteca de Literatura Infantojuvenil – espaço de leitura, arte e prazer consiste num processo de ações integrando Letras e Saúde, com o objetivo de desenvolver a imaginação e proporcionar o prazer da leitura de crianças do Setor de Pediatria do Hospital São Lucas da PUCRS – internação SUS, contribuindo para o seu bem-estar. Para isso, desde 1997 desenvolve diariamente situações de leitura de livros e de contação de histórias e realiza a cada ano novas edições da Feira do Livro Infantil.


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