Feira de Carreiras promove encontro de gerações

Conversa ocorreu na última quinta-feira

Por: Redação Ascom

13/05/2016 - 16h58
Painel Gerações: a Carreira Vista por Diferentes Perspectivas

Painel Gerações: a Carreira Vista por Diferentes Perspectivas
Foto: Bruno Todeschini – Ascom/PUCRS

Reunir representantes das gerações X, Y e Z em um painel para que eles discutam os desafios do mundo do trabalho, os relacionamentos no ambiente profissional e os encontros e desencontros que acontecem no dia a dia. Esta foi a ideia da atividade Gerações: a Carreira Vista por Diferentes Perspectivas, que ocorreu na última quinta-feira, dia 12 de maio, durante a Feira de Carreiras PUCRS 2016. O coordenador do Núcleo de Tendências e Pesquisa da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) Ilton Teitelbaum mediou a conversa. As gerações X, Y e Z foram representadas por três empreendedores: o fundador da 4all Tecnologia, José Renato Silveira Hopf; o criador do 99jobs, Eduardo Migliano; e Arthur Neves, criador de um robô de limpeza de efluentes aquáticos. Os integrantes da geração X nasceram por volta dos anos 60 até o final dos anos 80; os da geração Y, dos anos 80 aos 2000. Já os integrantes da geração Z nasceram a partir dos anos 2000.

Hopf, representante da geração X, contou que iniciou sua carreira no Banrisul – onde trabalhou com um dos maiores cases da sua trajetória: o Banricompras. Em 2003 ajudou a fundar a Getnet, empresa de pagamento eletrônico. Em 2015, fundou a 4all, empresa de tecnologia que tem o objetivo de transformar a experiência das pessoas no mundo digital. “É importante trocar e aprender com outras gerações, pois nós passamos experiência e eles nos passam desafios”, acredita.

A Getnet foi uma startup criada por ele e mais oito colegas, mas só depois de vender a empresa o palestrante compreendeu os três fatores que formam o tripé das startups. O primeiro ponto é a necessidade de sonhar grande, mas sempre com um plano e muita disciplina. Além disso, os investidores precisam confiar no projeto. Depois, ressaltou a importância de uma equipe. “Ninguém faz nada grande sozinho”, ressalta. Por isso, Hopf sempre procura unir pessoas de diversas idades e com perfis diferentes. Para ele, a junção das gerações criará um novo termo: geração empreendedora. “A experiência ajuda e a pouca experiência ajuda também”.

Eduardo Migliani, da geração Y, é formado em Comunicação na ESPM – São Paulo. É um dos fundadores da 99jobs, uma comunidade colaborativa on-line de carreira, que pretende redesenhar a forma como as organizações e as pessoas se conectam baseado em suas crenças e valores. Migliani definiu a 99jobs como uma causa, um movimento que ajuda as pessoas a fazerem o que elas amam. O comunicador começou a construir a ideia quando tinha somente 20 anos e via os amigos trabalhando no que não gostavam e ficando cada vez mais frustrados. Ele e a equipe da empresa descobriram que as pessoas se candidatam pela vaga oferecida. “Isso é errado, por que você está olhando para uma descrição que só te joga dentro do processo”. Migliani acredita que é preciso observar a descrição da empresa, sua missão, o ambiente de trabalho e os valores da organização. A partir daí os candidatos se identificam ou não com o local. Ele explica o pensamento: “É preciso ter uma causa para acordar todos os dias. Eu quero ajudar as pessoas a encontrar o que elas vieram fazer no mundo”.

O empreendedor definiu que fazer o que se ama todos os dias é sair da zona de conforto. “Busquem o frio na barriga”, aconselhou. Segundo Migliani, as pessoas decidem cada vez menos o próprio caminho e são influenciadas pelo que os outros acham que elas devem fazer. “Tomem a decisão indiferente do tempo que ela vai demorar para se tornar realidade”, completa.

A geração Z foi representada por Arthur Neves, que criou, aos 13 anos, um projeto de robótica com o objetivo de auxiliar na limpeza de efluentes em meios aquáticos. Ele veio até a PUCRS e apresentou a ideia para o professor Edgar Bortolini, da Faculdade de Engenharia, foi o seu mentor e ajudou Neves a aproximar-se das áreas de tecnologia e inovação da universidade. Aos 16 anos, está aperfeiçoando seu projeto e adequando seu plano de negócios para o cenário global.

Neves afirmou que, atualmente, não adianta mais somente vender os produtos. As empresas precisam trazer os consumidores para o próprio espaço. Ele também fez um apelo para que as gerações X e Y não empurrem a geração Z para longe, mas tragam para perto: “Nós somos o futuro”, alertou. Hopf complementou a ideia, mostrando que as empresas de hoje não têm clientes, mas sim fãs. Segundo ele, as organizações precisam entender o que as pessoas querem e conhecer os seus valores. “Por isso as empresas que dão certo são aquelas com uma base de valores”, analisou. Migliani adicionou uma nova proposição: “mais importante do que o que vamos fazer, precisamos pensar com quem e como iremos fazer”, finalizou.


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