Energia solar no campo

Projeto avalia viabilidade técnica e econômica da tecnologia

29/05/2017 - 16h47
Foto: Bruno Todeschini

Foto: Bruno Todeschini

Hoje, 29 de maio, é Dia Mundial da Energia. Você sabia que a PUCRS participa de um estudo inédito para analisar a viabilidade técnica e econômica da produção de energia elétrica a partir de módulos fotovoltaicos no meio rural? Com financiamento da empresa Itaipu Binacional e de três cooperativas, o projeto visa criar um modelo que leve à expansão da iniciativa pelo País. A tecnologia será implantada em três propriedades do oeste paranaense e interligada à rede de distribuição. Como o setor agrícola e agroindustrial das cadeias de proteína animal da região tem alta demanda, com o sistema fotovoltaico serão supridos 50% do consumo.

O Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar) da Universidade orientará a compra dos módulos, acompanhará a sua instalação e será responsável por avaliar, em tempo real, a produção de energia elétrica. Com duração de três anos, renováveis, o trabalho deverá embasar políticas públicas de incentivo à adoção da energia solar no campo, por meio de financiamentos a agricultores e cooperativas. Estão envolvidos quatro doutores, dois alunos de mestrado (com bolsas integrais) e dois de graduação.

Sistemas fotovoltaicos

Um dos coordenadores do Núcleo, professor Adriano Moehlecke, diz que a PUCRS contribuirá com sua expertise em sistemas fotovoltaicos e toda a capacidade de análise. Antes da aquisição, cada módulo será avaliado, e, com o seu funcionamento, haverá aferição da eficiência. “Muitas empresas oferecem o serviço. Uma diz que a tecnologia A é a melhor, e outra, a B. Como a cooperativa vai dizer para o seu associado que esses equipamentos são bons? E depois de um ano, como operarão? O agricultor terá todos os dados confiáveis.”

Definido o modelo de seleção de quem fornecerá o material e fará a instalação, o trabalho deve começar neste semestre. Os dados serão acompanhados, em tempo real, pela Itaipu, pelas cooperativas e pelos profissionais do NT-Solar. “Poderemos observar a irradiância solar que está chegando aos locais e quanto de energia foi produzida”, explica a professora Izete Zanesco, também coordenadora do Núcleo.

Quedas de energia elétrica atrapalham produção

O superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Herlon de Almeida, destaca que mais de 90% das propriedades rurais estão ligadas à rede elétrica. O grande problema é a qualidade da distribuição. Lembra que as instalações remontam aos anos 1970 e 1980, quando não havia grandes demandas. “Hoje as atividades exigem uma capacidade de resposta superior. Existe muito descontentamento por quedas de energia elétrica.”

Nessa interação com o meio produtivo, a Itaipu busca alternativas. Segundo Almeida, o preço não é a grande questão, visto que a energia no meio rural custa entre um quarto e um quinto do valor da urbana. A PUCRS foi procurada pela Itaipu para execução do projeto. “Ao que me consta, a Universidade tem o único laboratório capaz de medir o desempenho efetivo de cada célula solar.” Também destaca a infraestrutura da Instituição.

Com o estudo, afirma o superintendente da Itaipu, será possível calcular exatamente os custos de instalação dos módulos fotovoltaicos e o retorno aos produtores. “Daremos respostas técnicas e geraremos dados que poderão resultar em políticas dos governos para incentivar a adoção dessa tecnologia, aumentando o prazo de crédito em programas de apoio, por exemplo.”

A reportagem completa, publicada na edição nº 183 da Revista PUCRS, pode ser acessada aqui.


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